Apesar de se manifestar com maior frequência em idosos, a catarata não é uma doença que compromete apenas a visão dos adultos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata, que é responsável por quase 50% dos casos de cegueira no mundo, também destaca-se como importante causa de baixa visão na infância.
Dados de um estudo da OMS realizado em escolas especiais para crianças com baixa visão mostrou que a catarata infantil é considerada uma das principais causas de cegueira em pessoas com até dez anos. Nesse sentido, é fundamental que os pais estejam bem informados sobre o assunto e acompanhem de perto o desenvolvimento visual de seus filhos a fim de prevenir problemas como esse.
No texto de hoje vou explicar um pouco mais sobre a catarata infantil, como é feito o diagnóstico e quais são as formas de tratamento. Acompanhe!
Sobre a catarata infantil
A catarata é uma doença que afeta o cristalino, uma região localizada atrás da pupila e que tem como função focalizar os objetos. Ela é a opacificação dessa importante estrutura da visão, acarretando uma baixa visão do olho acometido.
A catarata pode acontecer em qualquer época da vida, porém quando acomete as crianças pode acabar se tornando mais grave, principalmente quando não é identificada e tratada precocemente. Portanto, é muito importante que os pais estejam sempre muito atentos a fim de evitar a ocorrência de danos permanentes na visão dos seus filhos.
Tipos de catarata infantil
Quando o bebê nasce ou desenvolve a condição logo após o nascimento, ela é classificada como catarata congênita. Nesses casos, pode haver uma turvação total ou parcial do cristalino, sendo esse grau de opacidade o responsável por determinar se as distorções são leves ou graves. Entre as causas mais comuns para o desenvolvimento da doença estão a hereditariedade, infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose) e os distúrbios de metabolismo.
Já quando a criança apresenta o problema ao longo da infância, ele é classificado como catarata adquirida. Nesses casos, a ocorrência está ligada a alguma causa específica, como traumas, doenças sistêmicas e inflamações intraoculares.
Diagnóstico
Geralmente, a catarata infantil é identificada a partir do Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como Teste do Olhinho. O ideal é que ele seja realizado pela primeira vez ainda na maternidade, se possível dentro das primeiras 24 horas após o nascimento, e repetido a cada seis meses até que a criança complete dois anos de idade. Depois, a indicação é que os pequenos sejam levados anualmente ao oftalmologista para realizar esse e outros testes de visão.
No entanto, mesmo que não seja o período da consulta regular com o especialista, os pais também devem procurar o consultório se observarem que a criança:
- Evita a luz e coça os olhos quando está em ambientes iluminados;
- Não consegue fixar o olhar;
- Não consegue seguir objetos com os olhos.
Esses sinais podem indicar não somente a manifestação da catarata, como de outras doenças visuais. Por isso, é fundamental estar sempre atento em relação a eles.
Tratamento
O tratamento vai variar de acordo com a intensidade da opacificação e do grau de comprometimento visual gerado pela catarata. Nem todos os casos são cirúrgicos e alguns podem ser tratados a partir de uma abordagem clínica, que envolve o uso de tampões, colirios e óculos.
É sempre importante reforçar que o período entre o diagnóstico e o tratamento é fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente com catarata infantil. Logo, não deixe de levar os pequenos às consultas regulares com o oftalmologista a fim de acompanhar de perto o desenvolvimento visual deles.
Dr. Rodrigo Fernandes
Oftalmologista
CRM 65641 | RQE 33003